REFERENCIAL
|
||||||
Tipo
|
Conceito
|
Componentes de retomadas
|
Exemplo
|
|||
Substituição
(anafórica e
carafórica)
|
Se dá quando um
componente é retoma do ou precedido por uma pro-forma (elemento
gramatical representante de uma categoria como, por exemplo, o nome;
caracteriza-se por baixa densidade sêmica: traz as marcas do que substitui).
No caso de retomada, tem-se uma anáfora e, no caso de sucessão, uma catáfora.
|
Pro-formas pronominais (ela, ele)
Pro-formas verbais
Pro-formas adverbais (lá, aqui, ali)
Pro-formas numerais (ambos, todos)
|
“O assunto das
cotas raciais aprovadas na semana passada pelo Supremo Tribunal Federal já
está meio batido, mas, por sua importância, retorno a ele.” (“Cotas e Justiça”, de Hélio
Schwartsman, Folha.com)
|
|||
Nominalização
|
Uso de nomes
deverbais que remetem ao verbo e a argumentos da oração anterior.
|
|
Empresários
protestam contra a CPMF. O protesto
reunião cerca de 200 empresários paulistas.
|
|||
Definitivização
|
Quando há retomadas
(repetições) do mesmo fenômeno por formas diversas, esse tipo de reiteração
baseia-se no nosso conhecimento do mundo e não num conhecimento somente
lingüístico. Quando a informação já vem definida por meio de um referente
definido, a retomada se faz por outro definido.
|
|
“Um estudante de 19 anos perdeu o
controle do Gol que dirigia e atingiu outros quatro carros na Rua Sabará, na
Consolação, região central de São Paulo, ontem de manhã. Apenas o estudante ficou ferido...” (“Motorista
bate em 4 carros na Consolação”, Jornal da Tarde, caderno cidades, 4A)
|
|||
Elipse
|
Pode aparecer
substituindo qualquer elemento lingüístico, embora costume limitar-se aos que
podem ser substituídos por pro-formas.
|
|
“Também
não há muita dúvida de que a escravidão foi fator determinante para a atual
condição dos negros brasileiros. A pergunta que Ø faço é se há como reparar esse mal.” Grifos
nossos. (“Cotas e Justiça”, de Hélio Schwartsman, Folha.com)
|
|||
Reiteração
|
(do latim reiterare
= repetir) é a repetição de expressões no texto (os elementos repetidos
têm a mesma referência).
|
1.Repetição do mesmo
item lexical;
2. Sinônimos:
A
questão da sinonímia é extremamente complexa. Não existe sinonímia
verdadeira, já que todos os elementos léxicos são, de algum modo,
diferenciados e a língua não é um espelhamento simétrico do mundo. Como diz
Bernárdez (1982, p. 104): “não existe identidade semântica absoluta entre
cachorro e cão, casa e mansão etc., pois variam tanto em suas conotações
como em seu nível lingüístico, registro etc.”. O importante é a identidade
referencial, pois a sinonímia não é um problema puramente léxico, mas
textual.
3.
Hiperônimos e hipônimos:
Quando
o primeiro elemento mantém com o segundo uma relação todo - parte, classe - elemento, tem-se um
hiperônimo; e, quando o primeiro elemento
mantém com o segundo uma relação parte -todo, elemento - classe, tem-se o
hipônimo. Diferentemente dos hiperônimos, os hipônimos permitem maior precisão, deixando o texto menos vago.
4. Expressões
nominais definidas:
Quando
há retomadas (repetições) do mesmo fenômeno por formas diversas, esse tipo de
reiteração baseia-se no nosso conhecimento do mundo e não num conhecimento
somente lingüístico.
5.Nomes genéricos: nomes
gerais como “gente”, “pessoa”, “coisa”, “negócio”, “lugar”, “idéia” funcionam
como itens de referência anafórica.
|
1. “É preciso ser cego, surdo e anósmico
para achar que o Brasil não tem um problema de racismo. E é um tipo de racismo
especialmente perversos, que não se manifesta muito abertamente...” (“Cotas
e Justiça”, de Hélio Schwartsman, Folha.com).
“O
fogo acabou com tudo. A casa
estava destruída. Da casa não
sobrara nada”
2. “...Dantas foi vitima de um atentado ,
pois ele ajudou a polícia a identificar e prender pessoas envolvidas na depredação da Estação...O vandalismo ocorreu...” (“Agente da CTPM sofre atentado”, de Gio
Mendes, Jornal da Tarde, caderno cidade, 4A)
3. Exemplo de Hipônimo:
“O Supremo Tribunal Federal julgará hoje a constitucionalidade das
cotas para afrodescendentes e índios nas universidades públicas brasileiras.
No palpite de quem conhece a Corte, o
resultado será de...” (“Hoje o STF Julgará as cotas”,
de Elio Gaspari, Folha de São Paulo)
“Os
corvos ficaram a espera. As aves aguardavam”
Exemplo
de Hiperônimo:
“Olá Povo Brasileiro permitam-me
introduzir-me a vocês como Anônimo. E apenas como Anônimo, pois não sou mais
do que uma idéia, uma idéia de mundo livre, sem
opressão. Não toleramos corrupção.” (“Hackers invadem
site da Polícia Militar”, Jornal da Tarde, caderno cidade, 4A)
“Gosto muito de doces. Cocada
então, adoro”
4. “Apenas o estudante ficou referido, pois os outros carros estavam
estacionados. O motorista foi
levando para a Santa Casa...O carro atingido pelo jovem atingiu um Celta”. (“Motorista bate em 4 carros na
Consolação”, Jornal da Tarde, caderno cidades, 4A).
5. “As cotas seriam coisa para inglês ver, ‘lumpenescas propostas de reserva de
mercado.’” (“Hoje o STF Julgará as cotas”, de Elio Gaspari, Folha de São
Paulo)
|
|||
RECORRENCIAL
|
||||||
Recorrência
de termos
|
Dressler (1982, p. 34-5) reconhece, na recorrência
de termos, dentre outras, as funções de ênfase, intensificação e “um meio
para deixar fluir o texto”.
|
|
“Klimeck
teria se confundido com os nós das cordas. O ator, que estava num cenário que imitava pedra, ficou quatro
minutos desacordado.” (“Ator que se enforcou em peça teatral morre”, Jornal da Tarde)
|
|||
Paralelismo
|
Ocorre paralelismo
quando as estruturas são reutilizadas, mas com diferentes conteúdos.
|
|
“O
senador Demóstenes Torres, campeão
do combate às cotas, chegou a lembrar que a escravidão era uma instituição
africana, o que é verdade, mas não foram os africanos que impuseram as
escravaturas ao Brasil. (...) Ninguém se lembrará de James Barne, mas Demóstenes será lembrado por suas
coisas. (“Hoje o STF Julgará as cotas”, de Elio Gaspari,
Folha de São Paulo)
“Irene
Preta Irene Boa Irene sempre de bom humor"
|
|||
Paráfrase
|
É uma atividade efetiva de reformulação pela qual,
como diz Fuchs 3 (apud FÁVERO 1999), “bem ou mal, na totalidade ou em
parte, fielmente ou não, se restaura o conteúdo de um texto- fonte, num
texto-derivado”.
|
|
Repare
no trecho do artigo original: “Também não há muita dúvida de que a escravidão foi fator
determinante para a atual condição dos negros brasileiros. A pergunta que
faço é se há como reparar esse mal” (“Cotas e Justiça”, de Hélio
Schwartsman, Folha.com)
Paráfrase:
Escravidão. Há como reparar esse mal?
Não há dúvida de que tal fato foi determinante para a atual condição dos
negros brasileiros.
|
|||
SEQUENCIAL
|
||||||
Sequenciação Temporal
|
(ordenação linear,
expressões ordenadoras ou continuadoras e correlação dos tempos verbais)
|
1.
Ordenação linear (Vim, Vi e Venci)
2. expressões que
assinalam a ordenação ou continuação das seqüências temporais (Primeiro vi o carro, depois o
ônibus)
3. partículas
temporais (Irei
ao teatro logo mais à noite)
4. correlação dos
tempos verbais (consecutio temporum) (Ordeno
que deixem a casa em ordem)
|
Exemplo – “(...) Quatorze anos depois, tratava-se de
libertar os sexagenários. Outro absurdo, pois significaria abandonar os
idosos. Em 1888, veio a abolição (a última de país americano independente),
mas o medo a essa altura era menor, temendo-se apenas que os libertados
caíssem na capoeira e na cachaça.” (“Hoje o STF Julgará as cotas”, de
Elio Gaspari, Folha de São Paulo)
|
|||
Sequenciação por conexão
|
Num texto, tudo está
relacionado; um enunciado está subordinado a outros na medida em que não só
se compreende por si mesmo, mas ajuda na compreensão dos demais. Esta
interdependência semântica e/ou pragmática é expressa por operadores do
tipo lógico, operadores discursivos e pausas.
|
1 Operadores do tipo
lógico:
podem estabelecer, por exemplo, relações de:
1.1. Disjunção: combina proposições por
meio do conector ou, que pode ser inclusivo, correspondendo ao latim vel e
significando um ou outros, possivelmente ambos; essa relação só é verdadeira
se uma das proposições ou ambas forem verdadeiras — p V q (em que: p, q =
proposições lógicas; V = disjunção inclusiva).
1.2. Condicionalidade: conecta
proposições que mantêm entre si uma relação de dependência entre a
antecedente e a conseqüente: afirma-se não que ambas são verdadeiras, mas que
a conseqüente será verdadeira se a antecedente o for.
1.3.
Mediação: as relações de mediação, do mesmo
modo que as de causalidade, também fazem parte da condicionalidade, mas as
destaco por razões didáticas. As relações de mediação são expressas por duas
proposições, uma das quais exprime o meio para se atingir um de terminado
fim:
1.4.
Complementação: expressa-se por duas proposições, uma
das quais complementa o sentido de um termo da outra
1.5.
Restrição ou delimitação: expressa-se
por duas proposições em que uma restringe, limita a extensão de um termo da
outra.
2.
Operadores do discurso: podem ser, por exemplo, de conjunção, disjunção,
contra junção, explicação, conclusão, comparação. Examinarei aqui,
sucintamente, alguns desses tipos:
2.1.
Conjunção: designa o tipo de conexão cujos
conteúdos se adicionam, baseia-se na relação semântica de compatibilidade:
2.2. Disjunção:
trata-se da disjunção de enunciados que têm orientações discursivas
diferentes.
2.3.Contrajunção:
designa o tipo de conexão que articula seqüencialmente frases cujos conteúdos
se opõem.
2.4.
Explicação ou justificação: introduz-se uma
explicação de um ato anteriormente realizado.
2.5. Pausas:
Indicadas, na escrita, por dois-pontos, vírgula, ponto- e-vírgula ou
pontofinal etc., substituem os conectores frásicos, podendo assinalar
relações diferentes facilmente explicitadas.
|
1.1.“Ele
mal arranhou a parte difícil, que seria definir os limites dentro dos quais a
iniciativa é legítima, ou seja, atende
às exigências da “proporcionalidade e razoabilidade” tão citadas no
julgamento.” (“Cotas e Justiça”, de Hélio
Schwartsman, Folha.com)
“Há
vagas para moças e/ou rapazes”
1.2“Apenas o estudante ficou ferido, pois os
outros carros estavam estacionados - e não havia ninguém os ocupando.”
Grifos nossos (“Motorista bate em 4 carros na Consolação”, Jornal da Tarde,
caderno cidade, 4A)
1.3“Assim, em vez de vincular o benefício das
cotas à cor da pele ou alguma outra característica fenotípica, que o Estado e os progressistas deveriam
lutar para tornar irrelevantes, eu o ligaria à simples necessidade
econômica.” (“Cotas e Justiça”, de Hélio Schwartsman, Folha.com)
“Fugiu
para que não fosse preso pela policia”
1.4“PS - Se não houver intercorrências, na
semana que vem pincelarei o que a psicologia e a neurociência têm a dizer
sobre o racismo.” (“Cotas e Justiça”, de Hélio Schwartsman, Folha.com)
“Levantou
a hipótese de que os primeiros habitantes do lugar foram os asiáticos”
1.5“Como convém às democracias, virarão
normas os princípios com os quais a maioria concordar”. (“Cotas e
Justiça”, de Hélio Schwartsman, Folha.com)
“Vi
a menina que toca piano”
2.1.“A
CPTM acredita que Dantas foi vítima de um atentado, pois ele ajudou a identificar e prender pessoas
envolvidas na depredação da Estação...” (“Agente da
CTPM sofre atentado”, de Gio Mendes, Jornal da Tarde, caderno cidade, 4A)
“Chove
e faz frio”
2.2“Soaria
meio ridículo se os berberes levassem à Itália a fatura pela destruição de
Cartago pelos romanos (146 a.C.) ou
se os descendentes dos jebuseus, se é que ainda os há, fossem a Israel cobrar
uma indenização pelas perseguições promovidas por Josué antes do ano 1000
a.C...” (“Cotas e Justiça”, de Hélio Schwartsman,
Folha.com)
“Isso
nos livraria de uma outra dificuldade, que é a de definir quem é ou não negro e índio num país
tão miscigenado como o nosso.” (“Cotas e Justiça”,
de Hélio Schwartsman, Folha.com)
“Estude
bastante. Ou você já esqueceu do passado)
2.3“Receio
que o conceito mesmo de justiça histórica seja uma impossibilidade. Tentar
promovê-la é legal para aplacar nossas consciências, mas é algo de pouca aplicabilidade teórica ou prática.”
(“Cotas e Justiça”, de Hélio Schwartsman, Folha.com)
2.4“Não
me entendam mal. Eu defendo a ideia de promover políticas afirmativas, mas
tenho grandes dúvidas em relação às doses em que o remédio deve ser
utilizado. É preciso ser cego, surdo e anósmico para achar que o Brasil não
tem um problema de racismo. E é um tipo de racismo especialmente perversos,
que não se manifesta muito abertamente nos contatos interpessoais, mas adquire pesada materialidade
quando conferimos as estatísticas de renda, educação, encarceramento e até
mortalidade.” (“Cotas e Justiça”, de Hélio
Schwartsman, Folha.com)
2.5“E
concluíram: ‘A igualdade nunca foi dada em nossa história. Sempre foi uma
conquista que exigiu imaginação, risco e, sobretudo, coragem. Hoje não é
diferente’”. (“Hoje o STF Julgará as cotas”, de
Elio Gaspari, Folha de São Paulo)
|
COERÊNCIA
M.
CHAROLLES (1978) propõe quatro meta-regras de coerência, as quais estabelecem
certo número de condições que um texto deve satisfazer para ser reconhecido
como bem foi do por um dado receptor, numa dada situação":
•
Repetição: para ser coerente, um texto deve conter, em seu desenvolvimento
linear, elementos de recorrência estrita.
•
Progressão: para que um texto seja coerente, é preciso haver no seu
desenvolvimento uma contribuição semântica constantemente renovada.
O
que se depreende dessas duas regras é que, em todo texto, deve haver retomadas
de elementos já enunciados e, ao mesmo tempo, acréscimo de informação. São
essas idas e vindas que permitem construir textualmente a coerência. Nessas
retomadas e progressões textuais, exercem papel importante os mecanismos
coesivos.
•
Não-contradição: para o texto ser coerente, "é preciso que no seu
desenvolvimento não se introduza nenhum elemento semântico que contradiga o
conteúdo posto ou pressuposto por uma ocorrência anterior, ou deduzível desta
por inferência".
•
Relação: o texto será coerente se "os fatos que se denotam no mundo
representado estejam relacionados".
O
estabelecimento da coerência depende:
•
do conhecimento de elementos linguísticos, da sua organização em uma cadeia
linguística e como e onde cada elemento se encaixa nesta cadeia. O mau uso dos
elementos linguísticos e estruturais pode criar incoerência em nível local e
não prejudicar o todo; mas se o produtor de um texto violar em alto grau o uso
desses elementos, seu receptor não conseguirá estabelecer seu sentido e o
texto poderá ser considerado incoerente;
•
do conhecimento de mundo, bem como do grau em que esse conhecimento é
partilhado pelo(s) produtor(es) e receptor(es) do texto. Esse partilhamento
depende da estrutura informacional do texto, isto é, da maneira como
informações novas e já dadas são nele distribuídas. O conhecimento de mundo
(partilhado entre produtor/receptor) permite a produção do sentido e da
coerência na medida em que dados armazenados na memória em forma de conceitos, Trames
e superestruturas são ativados, possibilitando a construção de um universo
textual.
-
Conceitos: são conhecimentos que temos de objetos, situações, eventos, ações e
que se encontram armazenados na memória.
-
Frames (quadros, molduras): são "modelos cognitivos globais que contêm o
conhecimento de senso comum sobre um conceito central" (por exemplo: a
cerimônia do casamento na nossa tradição cultural nos faz evocar um quadro
composto de igreja, convidados, padrinhos, noivos vestidos a caráter etc.).
-
Superestrutura: o conhecimento das superestruturas de diferentes tipos de texto
é um fator importante para o estabelecimento da coerência textual. As
superestruturas são "estruturas globais características de certos tipos
de discurso provenientes de um aprendizado intuitivo ou sistematicamente
dirigido; tais conhecimentos abrangem a sequência esquemática relativa ao tipo
de discurso, as características de linguagem, recursos retóricos ou
estilísticos etc." (KOCH e TRAVAGLIA). Por exemplo, na nossa sociedade,
uma narrativa tradicional apresenta uma superestrutura cujos componentes são:
situação—complicação—clímax---desfecho.
•
de fatores pragmáticos e interacionais, tais como o contexto situacional, os
interlocutores em si, suas crenças e intenções comunicativas, a função
comunicativa do texto. Do ponto de vista pragmático, a violação de princípios
conversacionais, como os formulados por GRICE (1985), pode afetar o
estabelecimento da coerência. Ele propõe como postulado básico que rege a
comunicação humana o princípio da cooperação: "Faça sua contribuição
conversacional tal como é requerida no momento em que ocorre pelo propósito ou
direção do intercâmbio em que está engajado.".
Desse
princípio decorrem quatro máximas:
-
Máxima da quantidade: "Faça com que sua contribuição seja tão informativa
quanto requerido para o propósito corrente da conversação";
-
Máxima da qualidade: "Não diga o que acredita ser falso, não diga senão
aquilo para você possa fornecer evidência adequada";
-
Máxima da relação: "Seja relevante", isto é, pertinente;
-
Máxima do modo: "Seja claro".
O
princípio da cooperação é básico no processo de interpretação que leva ao
estabelecimento da coerência: os usuários sempre se assumem mutuamente como
cooperativo portanto, crêem que a sequência linguística a ser interpretada foi
produzida para se texto coerente, quer marcas de coerência se manifestem
explicitamente, quer não (KOCK TRAVAGLIA, 1989).
Essas
considerações mostram-nos que, para a questão da coerência, um texto não devo
considerado estritamente sob aspectos linguísticos; fatores extralinguísticos
(pragmáticos) interferem na (re)construção do sentido, envolvendo
produtor/leitor do texto num processo dialógico de coenunciação.
Texto
figurativo: DESCRIÇÃO E NARRAÇÃO. Uso
de palavras concretas (substantivos, advérbios e verbos), cria um simulacro de
mundo (cria sua impressão), os tempos verbais privilegiados são o presente e o
pretérito imperfeito (e na narrativa os perfectivos), os elementos não mantêm
uma relação de causalidade e, por isso, podem ser permutados sem afetar a
compreensão do texto.
Texto
temático: DISSERTAÇÃO, ARGUMETAÇÃO E
EXPLICAÇÃO. Uso de palavras abstratas, finalidade de explicar o mundo (e
não de criar simulacro), o tempo verbal mais usado é o presente atemporal,
Trabalha com as transformações implícitas ou explícitas (explicação e
conseqüência).
Nenhum comentário:
Postar um comentário