Forma
tradicional da literatura popular brasileira, o cordel, é escrito para ser lido
e cantado, feito em versos, com vocabulário acessível e estrutura rítmica
envolvente, a história discorre como uma bela canção. Essa forma de expressão
tão popular, em especial no nordeste, mas já bastante difundida pelo restante
do país (tornando-se até tema de novela, exibida em horário nobre, pela Rede
Globo de Televisão), deve e precisa ser replicada na rede pública de educação
(consoante os atuais parâmetros curriculares, no que diz respeito aos gêneros
literários).
A
Literatura de Cordel constrói a integração entre a arte e o professor, o aluno,
a escola e a cultura popular de épocas diversas até a contemporaneidade,
possibilitando ainda, o contato com as variedades lingüísticas, em especial as
mais marginalizadas, com os acontecimentos reais de cada região. Este contato
com elementos reais do aluno e dos professores pode contribuir para o
desenvolvimento da leitura e da escrita, afinal o vocabulário utilizado no cordel
é muito semelhante ao nível de linguagem cotidiana do aluno, tornando a
compreensão de textos poéticos mais fácil.
Necessário
ressaltar que o bairro de São Miguel Paulista concentra um grande número de
migrantes nordestinos e a Escola Estadual Diogo de Faria esta inserida neste
contexto cultural, razão que torna o desenvolvimento deste projeto ainda mais
interessante.
PÚBLICO ALVO:
Este
projeto destina-se aos alunos do 3º (terceiro) ano do ensino Médio, da E.E.
xxxxxxxxxxxxx, inserida no bairro de São Miguel Paulista (extremo leste) da
cidade de São Paulo, um dos locais de maior concentração de pessoas vindas do
nordeste, repleta de poetas/cordelistas, repentistas e casas de cultura
nordestina, verdadeiro celeiro de culturas típicas do nordeste.
Os
parâmetros curriculares nacionais são organizados em áreas de conhecimento,
sendo atribuída a proposta pedagógica de cada instituição de ensino a
necessidade de definir o currículo escolar de acordo com as características da
comunidade a qual atende. Entendo que o projeto “Cordel, da marginalidade a
gênero literário” utiliza recursos de interdisciplinaridade e de
contextualização, os quais permitirão a reorganização da experiência docente e
a definição coletiva do que e de como ensinar aos alunos. O projeto tem o
intuito de desenvolver capacidades de leitura e escrita, por meio de tema
gerador que articulará os saberes relacionados às áreas de língua portuguesa,
artes, geografia e história.
CONTEXTUALIZANDO
O
Cordel é um tipo de poesia popular, a princípio oral, que depois passou a ser impresso
em folheto e colocados à venda pendurados em cordas ou cordéis, que deu origem
ao nome. São escritos em formas rimadas e alguns poemas são ilustrados com xilogravuras.
As estrofes mais comuns são de dez, oito ou seis versos. Os cordelistas recitam
esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola e ou
sanfona (popularmente conhecida como “sanfona pé de bode”).
São
os portugueses quem trazem o cordel para o Brasil, na segunda metade do século
XIX, atualmente muitos folhetos ficam expostos horizontalmente em balcões ou
tabuleiros.
Pelo
ser um tipo de literatura distribuída nas ruas, feiras e botequins e por seu
tipo de linguagem, com traços da fala coloquial, muito próxima do falar do povo
do sertão, a leitura de cordel foi pouquíssimo apreciada. Todavia apresenta
vários aspectos interessantes:
§ Xilogravuras,
que são as gravuras uma importante herança do imaginário popular;
§ É
uma literatura que mantém e cultua a identidade local, as tradições regionais e
o folclore nacional;
§ Podem
ser lidos nas ruas e locais públicos, por isso atingem um elevado número de
exemplares distribuídos, ajudam assim, na disseminação de hábitos de leitura e
combatem o analfabetismo;
§ Os
assuntos abarcam críticas sociais, política e textos de opinião, o que eleva o
cordel ao estandarte de obras de teor didático e educativo (formador de
opinião).
Quanto
aos conceitos que se fundem no presente projeto sobre literatura de cordel ressaltamos,
primeiramente, o entendimento de Paulo Freire (1988) no que diz respeito à
leitura de mundo:
“A
leitura do mundo precede a leitura da palavra (...) A velha casa, seus quartos,
seu corredor, seu sótão, seu terraço – o sítio das avencas de minha mãe -,
o quintal amplo em que se achava, tudo isso foi o meu primeiro mundo. Nele
engatinhei, balbuciei, me pus de pé, andei, falei. Na verdade, aquele mundo
especial se dava a mim como mundo de minha atividade perceptiva, por isso mesmo
como mundo de minhas primeiras leituras. Os “textos”, as palavras”, as “letras”
daquele contexto (...) se encarnavam numa série de coisas, de objetos, de
sinais, cuja compreensão eu ia apreendendo no meu trato com eles nas minhas
relações com meus irmãos mais velhos e com meus pais.” (FREIRE, 1988 , 11)
Aprender a ler e escrever num país como o Brasil
significa lidar com os diferentes falares regionais, presentes na sociedade,
num dado momento histórico. Percebem-se muitos preconceitos decorrentes do
valor social que é atribuído aos diferentes modos de falar, pois “é muito comum se considerarem as
variedades lingüísticas de menor prestígio como inferiores ou erradas”. (BRASIL,
1998, 31); assim, a Literatura de Cordel propõe como objetivo conhecer, recriar
e expressar-se artisticamente respeitando as mais variadas culturas.
Dessa
forma, a Literatura de Cordel significa mais do que simplesmente trabalhar a
Língua Portuguesa, significa conhecer a arte de outras culturas. Além disso, a
Literatura de Cordel nos remete a xilogravura, que faz as estampas e as
ilustrações dos folhetos do Cordel, sendo a impressão de gravura vazada,
utilizando-se placas de madeira (molde), papel e tinta. Segundo LUYTEN (2005),
“Antigamente,
isso era feito com simples recursos tipográficos, como vinhetas e outros
pequenos enfeites. Depois se passou a usar clichês com base em um desenho ou
tirados de cartões-postais. ( 2005)
De acordo com KLEIMAN (2001), a leitura enquanto
atividade que caracteriza e distingue os seres humanos, é uma das maiores
experiência na vida escolar e de todo pessoa, pois ao dominar a leitura abrimos
a possibilidade de adquirir conhecimentos, desenvolver raciocínios, participar
da vida social e interagir com o mundo. É a interação do autor / leitor, um
processo de múltiplas facetas, com a finalidade de compreender a matéria
escrita, avaliá-la e utilizá-la conforme suas necessidades, enfim uma prática
social.
OBJETIVOS
1.
Gerais
A pretensão é que os alunos desenvolvam as
competências gerais da área de língua portuguesa, de acordo com os Parâmetros
Curriculares Nacionais:
ü Representação
e comunicação em múltiplas línguas/linguagens (capacidades de uso em
compreensão e produção de efeitos de sentido), utilizando os variados recursos
de mídia;
ü Investigação
e compreensão (capacidades de análise e investigação das propriedades de
diferentes línguas/linguagens e gêneros de textos em uso);
ü Contextualização
sociocultural (capacidades de investigação e estabelecimento de relações entre
situações de uso das línguas/linguagens e as diferentes realidades
socioculturais).
O presente projeto propiciará as seguintes
competências:
ü Conhecer,
recriar e expressar-se artisticamente por meio da literatura de cordel da
região ou da cultura regional que influência o aluno, a fim de se obter um
melhor desempenho na produção compreensão dos textos que circulam na escola;
ü Aprender
a ler e escrever lidando com os diferentes falares regionais presentes na
sociedade;
ü Perceber
os muitos preconceitos decorrentes do valor social que é atributo aos
diferentes modos de falar;
ü Permitir
o reconhecimento e a valorização de variedades lingüísticas menos prestigiadas
socialmente e o respeito de outras formas culturais que não aquelas socialmente
reconhecidas e valorizadas.
2.
Específicos
ü Identificar
os elementos da cultura popular relacionada a construção da memória coletiva,
na Literatura de Cordel;
ü Reconhecer
o Cordel como narrativa em versos com padrões formais fixos e temáticas
variadas;
ü Compreender
a função social do Cordel que, independente da temática escolhida, atua como um
veículo de propagação de valores culturais tradicionais pertinentes ao povo de
uma região;
ü Reconhecer
o caráter híbrido do gênero, situado na interface entre a produção oral e a
escrita e suas marcas presentes na literatura oral e escrita.
ü Interagir
com os materiais, instrumentos e procedimentos relacionados a produção da
literatura de cordel: Folhetos e Xilogravura.
ü Produzir
textos orais e escritos a partir da compreensão da literatura de Cordel;
ü Compreender
o trabalho dos cordelistas fazendo relação com sua própria experiência;
ü Produzir
paródias, cordéis de autoria e teatralizações a ser apresentados em formato
Oficina, com o objetivo de socializar os conhecimentos.
CONTEÚDOS A SEREM TRABALHADOS
ü Origens
do Cordel;
ü O
papel da Literatura de Cordel na formação da cultura regional do povo
nordestino;
ü Principais
Cordelistas brasileiros;
ü Pesquisa
sobre o bairro de São Miguel Paulista, e a elevada migração de nordestinos, o
que contribuiu para as características culturais da região;
ü A
linguagem do cordel: versos, estrofes, metros, etc.
ü O
que é Xilogravura;
ü Seleção,
leitura, produção escrita e dramatização dos cordéis para a avaliação final,
que será por meio da realização de uma oficina.
METODOLOGIA DE TRABALHO
O projeto será desenvolvido por meio de sequências
didáticas que propiciem o uso da sala de artes, laboratório de informática e
auditório, presentes na escola.
Os alunos terão a oportunidade de produzir
xilogravuras, conhecer e selecionar o cordelista com quem mais se identificam e
farão uso dos recursos de multimídia.
CRONOGRAMA
O tempo estimado para aplicação do projeto é de um
mês, ou seja, 04 (quatro) encontros, sendo duas aulas seguidas por semana de
100 (cem) minutos.
Conteúdo
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Duração
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Atividades
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Recursos
Materiais
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Sensibilização,
Apresentação do Tema. Origem do Cordel.
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1
aula de dois módulos.
100
minutos
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- Ativação de
conhecimentos.
-
Apresentação do gênero cordel e estilo.
-
Aspectos históricos.
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-
Livros didáticos;
-
Quadro explicativo (cópia reprográfica);
-
Folhetos de Cordel.
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Apresentação
dos principais cordelistas e algumas de suas obras.
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1
aula de dois módulos
100
minutos
|
-
Vida e Obra de Leandro Gomes de Barros, Gilmar S. Ferreira, Patativa do
Assaré, Rouxinol do Rinaré, Willian Brito, Francisco Siqueira, Varneci Santos
Nascimento.
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-
Sala de vídeo;
-
Documentários e registros do Youtube;
-
Folhetos e livros didáticos.
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Separação
da sala em grupos, distribuição dos temas, orientações de distribuição das
comandas.
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1
aula de dois módulos
100
minutos
|
-
Escolha dos Cordelistas e dos cordéis a serem dramatizados e parodiados na
oficina;
-
Orientações para o trabalho e esclarecimentos sobre os requisitos, elaboração
e forma de avaliação do trabalho, contidos na comanda.
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-
Sala de Informática;
-
Folhetos e livros didáticos.
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Realização
da Oficina
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1
aula de dois módulos
100
minutos
|
-
Apresentação dos grupos.
-
Avaliação dos alunos, seguindo os seguintes critérios: criatividade, desenvoltura,
leitura, dramatização, envolvimento e contribuição para o grupo;
-
Auto avaliação.
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-
auditório;
-
recursos de multimídia, como data-show, telão, computador, aparelhagem de
áudio e iluminação.
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DESENVOLVIMENTO
1º Aula. Sensibilização,
Apresentação do Tema. Origem do Cordel.
A aula deve se iniciar com o levantamento de
conhecimentos prévios dos alunos sobre o Cordel, através de perguntas dirigidas
a classe.
É papel do professor nesta oportunidade ativar os
conhecimentos dos alunos, questionando o que eles sabem sobre cordel.
Apresentar alguns folhetos (sugestões: O Romance do Pavão Misterioso; O Vôo do
Patativa; Rabicho da Geralda; A virgem dos Lábios de Mel, etc). Realizar
leitura compartilhada ou permitir que os alunos leiam individualmente, para
depois traçar comentários sobre as características comuns.
No segundo módulo da aula (já que são sempre duas
seguidas), o professor deverá falar sobre a origem do cordel:
“Gênero
poético, popular, escrito para ser lido ritmado ou cantado, trazido para o
Brasil pelos portugueses na segunda metade do século XIX, presente também na
cultura espanhola. Traz consigo a expressão cultural do povo, sua visão do
mundo, seus problemas e cotidiano. O cordel também possui formato próprio, os
mais antigos eram feitos em quadra (versos de quatro pés), com sete silabas
cada um na linha de verso. Com o passar do tempo a forma foi substituída pela
sextilha setissílabica, que consiste em seis linhas com versos de sete sílabas
com esquema de rimas ABCBDB, com rimas localizadas no final dos versos
pares...” (Anexos)
2ª Aula. Utilização da sala de
vídeo. Apresentação dos principais cordelistas e algumas de suas obras.
(Utilização de vídeos do youtube com performances de Patativa do Assaré, João
Benedito, José Duda, Antonio Batista Guedes, etc).
O cordel é extremamente musical, e os alunos gostam
deste recurso, portanto melhor do que realizar quaisquer leituras em voz alta é
mostrar o desempenho dos cordelistas nas suas regiões e comunidades.
Os principais cordelistas, com significativo
registro e difusão de suas obras são: Leandro Gomes de Barros, Gilmar S.
Ferreira, Patativa do Assaré, Rouxinol do Rinaré, Willian Brito, Francisco
Siqueira, Varneci Santos Nascimento.
Após os vídeos, questione os alunos sobre as
diferenças entre o cordelista e o repentista, se eles enxergam alguma
semelhança a outros estilos musicais (como o Rap, por exemplo). Não deixe de
esclarecer que o cordelista é poeta e escritor, não trabalha de improviso. O
repentista (músico), para garantir que a música seja de improviso, faz com que
o oponente sempre comece com a última palavra do seu repente. (vide anexos)
3ª Aula. Uso da sala de
Informática. Separação da sala em 5 (cinco) grupos de 6 (seis) alunos.
Distribuir a cada grupo o nome de uma Cordelista (dentre aqueles trabalhados na
aula anterior).
É hora de desfiar os alunos, o professor já lhes deu
a base sobre o gênero literário cordel, explanou sobre sua origem e difusão,
mostrou-lhes o estilo de versos, rima e metro. Agora os alunos se preparam para
a realização da oficina, no auditório da escola.
Cada grupo deve receber uma comanda, que irá
orientá-los para a pesquisa e como poderão realizar a dramatização,
teatralização e paródia da obra do cordelista que estão representando.
O professor deverá orientar os alunos, selecionando
os sites de pesquisa, ou seja, indicando a referência bibliográfica e
incentivando os alunos a escolher cordéis que permitam o uso da teatralização, dramatização
e paródias que se aproximem de sua realidade social. Incentive também a criação
de vídeos com imagens de xilogravuras e músicas instrumentais para acompanhar as
produções, leituras e interpretações dos cordéis na oficina.
Necessário que cada membro do grupo se
responsabilize por uma fase da atividade proposta, pois não é possível
pesquisar sobre os autores, os cordéis, as xilogravuras, a produção de paródia e
as músicas ao mesmo tempo, cabe ao professor deixar isto claro na comanda e nas
suas orientações orais.
4º Aula. Realização da Oficina
(Compartilhamento dos trabalhos). Avaliação da atividade.
Após toda essa sequência didática, chegou o momento
de analisar e certificar-se do conhecimento adquirido pelos alunos e a
socialização do projeto com a escola. A oficina deve ser realizada em espaço
agradável, acessível e que suporte grande número de alunos interessados , os alunos apresentarão suas paródias,
explicando como é o processo de criação, a função das rimas e metros e como
pode ser lido, por meio da dramatização e teatralização, sempre apresentando o
cordel original e o cordelista selecionado.
O popular e o moderno se fundem, os alunos recriam e
recitam os cordéis acompanhados de recursos audiovisuais, imagens e músicas
instrumentais (Movie Maker) que elaboraram na sala de informática.
Esta é a atividade avaliativa de cada aluno, pois
sua apresentação será avaliada segundo critérios de criatividade, desenvoltura,
participação e contribuição para o grupo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Literatura de cordel tem algumas especificidades
na construção das narrativas que favorecem o aluno a um diálogo mais livre com
sua imaginação, gerando antecipações, expectativas e inferências no desenrolar
da história ou a proposta de complementações do texto pelos autores. É um texto
rico em possibilidades lingüísticas e culturais que levam o aluno a crescer na
sua capacidade interpretativa e aumenta a oportunidade de identificação com a
cultura local, em especial em São Miguel Paulista, onde quase a totalidade dos
alunos da unidade escolar tem contato ou grau de parentesco com pessoas que
migraram do nordeste.
Essa é uma
oportunidade para o resgate da cultura e valorização das próprias origens, na E.E
xxxxxxxxxxxxx, o cordel deixou a “marginalidade” de outrora e se elevou a
gênero literário, devendo ser difundido e exaltado entre as literaturas ditas “clássicas”.
REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICA
- BRASIL, S.E.F. Parâmetros Curriculares Nacionais (col.)
Ensino de primeira a quarta série. Brasília: MEC/SEF, 1998.
- GALVÃO, Ana Maria de Oliveira. Cordel: Leitores e ouvintes. Belo
Horizonte: Autêntica,2001.
- KLEIMAN,
Ângela. Leitura: ensino e pesquisa.
Campinas: Pontes, 2001.
- LUYTEN. Joseph
M. O que é Literatura de Cordel? São
Paulo: Brasiliense, 2005.
- FREIRE, Paulo, A Importância do Ato de ler em três artigos
que se complementam, SP Cortez 1988.
- ASSARÉ, Patativa. Aqui tem
coisa. Ed. Hedra.
Sites Sugeridos:
Videos do youtube:
- Filme Patativa
do Assaré - Ave Poesia: http://www.youtube.com/watch?v=3320mCajd-I (acesso em 07/06/2012.
- Literatura de Cordel - TV Globo - Antena
Paulista: http://www.youtube.com/watch?v=Kx6PZOC2WtQ&feature=related (acesso em 07/06/2012)
Que incrível! Estamos trabalhando seu projeto no curso de Letras. Parabéns!!!
ResponderExcluirMaravilhoso projeto .
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